meu amigo Bill

CHEGUEI PERTO DE UM EX-PRESIDENTE DOS EUA O William Jefferson "Bill" Clinton, quase meu brother (como você verá), governou os Estados Unidos entre 1993 e 2001 em dois mandatos. Originário do Arkansas, onde foi Governador, morou, por razões óbvias, em Washington, DC. Pois bem, andava eu em um outro trabalho em 2022, quando me deparei, certa tarde, com uma jovem. Bem falante, ela ia de uma escola para outra, era coordenadora de um conhecido curso de línguas estrangeiras e calhou de conversarmos. Gostei dela, boa pessoa, mandei essa: “me conte algo inesperado e que eu não saiba” (minha técnica infalível para tornar a conversa divertida – usado só para algumas pessoas) e ela me contou o seguinte, escondendo os nomes, claro: “Falo inglês e, com muito medo, resolvi ir para os Estados Unidos. Consegui um trabalho de babá por lá, trabalhei para gente endinheirada (indianos, que até hoje me mandam mensagens e estadunidenses natos). Numa das casas, não muito longe do Rio Potomac, havia um senhor (o patrão) muito estranho. Chegava e saia com um super carro (o filho, criança cuidada pela babá, adorava dar uma volta com o pai nos fins de tarde no tal automóvel).” E ela continuou: “o homem, muito na dele e extremamente reservado, dava uma sumidas de casa. Em um aparador, na sala, muitas fotos dele. Parecia pessoa importante. Num belo dia, ligo a TV e o Presidente estava em viagem. Quase não me aguentei quando vi o meu patrão ao lado do Bill Clinton, era seu segurança mais próximo.” Eu brinquei com ela: “puxa, você é o máximo que eu consegui chegar perto do ex-presidente dos EUA.” Rimos muito e aprendi algumas lições com a moça que, óbvio, aqui tem conteúdo mais voltado ao trabalho. Sigilo – há certos trabalhos, como se viu na história, que nos exigem boca chiusa (expressão italiana tirada da técnica vocal para cantores – cantar com a foca fechada). Ao trabalharmos com projetos que interessam muito à empresa é natural que a concorrência esteja ávida por saber o que está ocorrendo. Neste momento, funcionário “boca aberta” tem chances de não vingar na carreira até em trabalhos que não exijam tanto. Discrição pode ser a palavra de um futuro promissor. Escutar mais, analisar e opinar de modo consistente, mesmo durante o cafezinho. Se jogue – o medo nos paralisa, mas é certo que a nossa jovem, se não enfrentasse a inércia, não teria a chance de, além de conhecer pessoas interessantes, aprimorar, ainda mais, a sua habilidade de falar, compreender a língua inglesa. Se você perceber, muitas coisas na nossa vida dependem de que tenhamos um mínimo de ação para enfrentarmos o desconforto. No caso dela, ser baby-sitter em um outro País abriu portas para até, quem sabe, ter um novo trabalho aqui no Brasil. O desconhecido só vira conhecido se nós nos dispusermos a enfrentá-lo, conhecê-lo. Aprenda algo – no caso mostrado pela minha jovem de colóquio, aprender e desenvolver uma língua estrangeira abriu a possibilidade de que ela, além de conhecer outro lugar e pessoas, praticasse essa habilidade e a usasse para “ganhar o pão”. Esteja atrás do seu diferencial. Rede de contatos – ao ir para os Estados Unidos a moça do caso acima abriu a possibilidade de fazer contatos que, não sabemos, podem lhe ajudar no futuro. Fazer a manutenção das amizades, de modo sincero e honesto, pode ser a chave de conseguir algo interessante mais à frente. Enfim, sempre podemos tirar valiosas lições, mesmo que estejamos enfrentando algo provisoriamente difícil. Deixa um curtir, aí!