Nossas vidas estão cada vez mais expostas. Não é incomum vermos, fruto dessa exposição, as tragédias diárias devidamente expostas. Junto, também e porém, percebemos coisas interessantes e que nos fazem refletir sobre a capacidade humana (dos animais penso que somente nós podemos fazer isso) de produzir um mundo melhor.
Internet e celulares com alta tecnologia, e cada vez mais populares, são ferramentas que sempre ajudam e, claro, estão sempre à mão para documentar a vida, o exposer.
Pois bem, na nossa atuação diária, no Direito, temos, num exemplo rápido de exposição, a TV Justiça. Ela nos traz julgamentos, antes fechados, decisões e discussões interessantes. Está de louvor.
Por outro lado, autorizados ou não, vemos (ainda não conseguimos medir se isso é bom ou ruim) alguns “vazamentos” de conversas nada republicanas (como diriam os jornalistas mais experientes).
Aliás, quando advogava, e bastante, alguns mais corajosos gravavam as audiências. Isso rendeu até artigo. Juízes, Promotores e partes de então ficavam incomodados com isso. Era um acinte. As Corregedorias emitiam notas e notas, mas não havia recuo por parte da advocacia.
Mas, felizmente, os tempos mudaram.
Recentemente, em conversa de café com um criminalista aqui da Brüning Advogados Associados (o doutor Daniel Ferreira Filho) lembramos do caso de um juiz federal, da área Previdenciária, que “fala javanês” (brincadeira, Mestre Lima Barreto), que fala a linguagem da parte.
No caso, o Magistrado, ao perquirir uma testemunha (e, acredito, com o fito de deixar-lhe à vontade) perguntava amenidades como “já foi mordido por cobra?” e, conhecendo da lida no campo do interior do Brasil, conta um caso que ouviu em outra audiência para que o testigo (desculpa o juridiquês) fique tranquilo. E deu certo. O homem, bastante humilde, contou o que sabia do caso de forma totalmente desarmado, sem medo.
Na esteira, essa “deslinguagem” (peço perdão a Guimarães Rosa por inventar palavras) é tema no Conselho Nacional de Justiça. Vi numa reportagem da BBC que o aludido Órgão, numa parceria importante com o Tribunal de Justiça da Bahia, tem insistido no uso de uma linguagem mais simples para criar formas de traduzir as decisões. Quem ganha é o público em geral.
Tomara que a moda pegue e tomara que desencastelemos a Justiça e a tornemos mais humana, mais democrática e mais acessível às pessoas.
O articulista é Advogado e Filósofo de formação, trabalha com Comunicação e Marketing Jurídico.
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