Sou de um tempo em que trabalho era carteira assinada. Se pudesse ser funcionário do Banco do Brasil ou Petrobrás, melhor. Enfim, era um tempo em que a preocupação recorrente, nesse aspecto, era exclusivamente com a segurança do emprego e, depois, fazer algo pela aposentadoria.
E as coisas andavam assim, um mundo com transformações vagarosas e, algumas, previsíveis.
Mas chegamos a um novo tempo. A era digital e a fluidez das relações humanas nos trouxeram para este novo estado de coisas e a insegurança, em todos os aspectos, campeia.
Alguns falam em uberização do trabalho. Mas há muito temos visto que (e eu não quero chamar isso de deterioração das relações empregatícias, pois vai cair em lugar comum) as dificuldades naturais de um mundo muito mais dinâmico e complexo já era anunciada com a chamada “pejotizaçao”, matéria, aliás, tratada, hoje, de forma muito aberta e franca pelo Supremo Tribunal Federal. Houve uma época, e advoguei bastante na seara trabalhista nesse período, em que tal relação de trabalho era mantida a sete chaves. Os empregadores tinham receio de dizer que mantinham, em seus quadros, “funcionários” sob tal situação jurídica.
As coisas fluíram. Os aplicativos de trabalho foram um passo, somente. Estamos, agora, na fase da inteligência artificial que, claro, é uma nova onda tecnológica que, só não sabemos a extensão, irá mexer nesse importante segmento da sociedade.
Tenha certeza, meu leitor: estamos às portas de mudanças mais profundas ainda. O home office, por exemplo, pode ser uma solução e instrumento dessa mudança.
E como ficaremos, nós, os simples mortais diante da angustiante mudança?
Primeiro, é de se observar que o novo tempo já está aí. O que assistiremos a seguir é somente uma derivação dele. Então, como não podemos lutar contra a onda, é preciso adotar algumas práticas saudáveis.
Segundo, a preparação. Sim, o planejamento, no que puder ser feito, é extremamente necessário. Trazer novas ferramentas, mais intelectualizadas, para enfrentar a tarefa do novo é de primordial importância.
Por fim, e terceiro (porém sem esgotar o tema, afinal o presente escrito não é um tratado), penso que é necessário controlar os nervos. A ansiedade, como arma do controle mental é importante (pois existe para nos proteger desde tempos imemoriais) mas, esse novo agora, nos exigirá um relacionamento distinto, algo que talvez não estivéssemos acostumados. A hora é da reflexão acerca de nós, o “conosco mesmos”. Sim, o tempo das máquinas (que era ficção científica) está aí. Do nosso jeito, devemos nos dedicar, então, para gerarmos autoconhecimento e, com isso, enfrentarmos os dias.
Em síntese, a mudança está aí e devemos aproveitar para que nos beneficiemos dela.
O articulista é Advogado e Filósofo de formação e trabalha com Comunicação e Marketing Jurídico.
Atua junto à Brüning Advogados Associados
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