ALÉM DOS MEMES
Estamos debruçados em campanhas políticas municipais e algo tem chamado minha atenção. Não que seja novidade - mas como nossos celulares acham de tudo (inclusive a nós mesmos nesse mar de tentativa de anonimato e solitude) – mas a ética e os valores dela decorrentes, ambos, são deixados de lado com uma facilidade assustadora.
Como disse, isso não é novidade. Mas, dada a nossa conectividade diuturna isso está sendo jogado aos nossos “quatro ventos” mentais.
A esperteza em deixar o candidato ou candidata em “saias justas” tem sido o mote. Para isso, rasga-se o Código de Civilidade, que vem antes das leis. Números são distorcidos em um espetáculo dantesco (Dante, o poeta, descreveu cenas e imagens que lembravam o inferno na obra “A Divina Comédia” – decerto ele ficaria envergonhado com o nosso show) e que demonstram a verdadeira sanha: chegar ao Poder.
Porém, originalmente, os debates foram criados para outra coisa: tratar-se-ia de um modelo de contestação baseado na argumentação onde duas ou mais ideias conflitantes seriam defendidas ou criticadas (numa definição mais acadêmica). Em palavras populares, o debate serve para que o candidato nos convença sobre o que ele pretende fazer quando “chegar lá”. Quando nos concentramos em execrar pessoas esquecemos das ideias. Isso é fuga do debate e favorece os (maus) políticos, nunca a nós, povo ingênuo.
Quero saber do candidato ou candidata a Prefeito como ficam nossos problemas, como seriam as soluções, de onde ele ou ela pretende tirar recursos para isso ou aquilo.
Quando damos risada desse ou daquele meme político, e não cobramos o candidato sobre propostas viáveis, racionais, factíveis para o nosso Município, nós o colocamos em outra esfera, que não a do real motivo da sua existência que é resolver problemas em nosso lugar.
Por fim, sem esgotar o tema, é urgente que tenhamos ciência que os políticos são servidores públicos que nos devem prestação de contas, diferentemente daqueles que os tratam como estrelas do rock.
Essas mal traçadas linhas param por aqui, retomarei uma ideia política em um outro artigo.
Faz sentido? pense nisso.
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